Tiana acordou naquela manhã, após o incidente com o cachorro, ardendo em febre. Paulette ficou terrivelmente apreensiva. Telefonou para o médico. Este chegou uma hora depois.
− Mas afinal o que tem essa moça? Perguntou Dr. Tiago. Vamos já dar uma olhada...
Tiana estava deitada em um sofá, coberta até o nariz.
− Ai doutor...estou mal!
− Deixe-me ver este braço!
O médico examinou detalhadamente o ferimento. Fez outro curativo.
− Graças a Deus! Falou Paulette. Mas e essa febre tão alta?
− Vamos dar uma olhada aqui...abra a boca, Tiana...foi aquele balde com água fria...
− Estou com arrepios...
− É natural, devido a febre...sua garganta está inflamada...vou passar uns remédios...vai melhorar logo...e por que não me telefonou ontem à tarde? Fiquei esperando!
− Não quis incomodar...
− Mas agora vai me comunicar sim...quero saber como está passando...Afinal fui eu quem jogou aquele balde dágua...e os dois se olharam e começaram a rir.
− Não vejo graça nenhuma, resmungou a madrinha...hoje nem fui fazer minha fisioterapia!
− Pois a senhora vai agora comigo. Vamos tragar dessa perna já! E não se preocupe com a Tiana...é uma forte gripe...vai melhorar com os remédios.
A madrinha saiu uns instantes do aposento e os dois conversaram:
− Tiana, você ainda tem o número do meu telefone?
− Tenho sim, disse Tiana sorrindo...
− Quero que fique boa logo...quantos anos você tem mesmo?
−Dezessete e...meio.
− Então você é de Escorpião?
− Não, Sagitário, e o senhor?
− Sou de Gêmeos...e os dois riram juntos.
Tiana melhorou logo, mas estava um pouco abatida. Telefonou para o médico e trocaram palavras e risadinhas...Ela estava um pouco agitada. Ele também.
À tarde todos tiveram uma surpresa. Chegou inesperadamente dona Vivi, a mãe de Tiana.
− Fiquei tão preocupada, minha filha!Coitadinha! Mordida por um cachorro daqueles! E com febre! Falou abraçando demoradamente a filha.
− Já estou bem melhor, mamãe. Não queria preocupá-la!
− Estava com muita saudade! Faz mais de um mês que você está aqui! Seu pai também está saudoso...ele está um pouco adoentado.
− O que ele tem?
− Não sabemos ainda...está fazendo exames. E você...está diferente...cortou o cabelo...está bonita! E virando-se para Paulette:
− Ela tem dado muito trabalho?
− Que nada! É um amor de moça!
− Pois eu vim com ordem expressa do pai dela para levá-la de volta comigo.
− Não acredito Vivi! Ainda preciso muito da companhia dela! Disse a madrinha.
Tiana que estava feliz com a chegada da mãe entristeceu. Não queria ir...agora.
− Seus irmãos também querem vê-la!
− Vamos fazer então assim, Vivi. Ela passa uns dias lá em Campinas com vocês, mata as saudades de todos e depois volta... ainda preciso muito dela...você vê...nem posso andar sozinha! Está bem assim?
− Tiana logo que pode telefonou para o médico. Contou emocionada tudo para ele, que ficou visivelmente perturbado.
− Mas você volta logo mesmo? É que...ainda nem lhe dei alta!
Amanhã estarei aí para ver como você está. Está bem?
E foi assim que as coisas aconteceram. Tiago conheceu dona Vivi. Gostou daquela mulher decidida...um pouco mandona.
Tiana e Tiago aproveitaram uns instantes a sós para despedirem-se.
− Você me telefona? Diariamente?
− Está bem! E você também?
− Claro! Não se demore por lá!
−: Prometo! E ele beijou sua mão delicadamente.